Depoimentos

"A base a partir da qual o projeto Células de Transformação pôde se tornar tudo o que ele é hoje se resume em duas palavras: Teatro Social. O poder do teatro social para alavancar a criatividade, empatia e cooperação entre as pessoas é inacreditável. Giulio Vanzan uniu sua experiência e mestrados em ciência política, educação e desenvolvimento local com sua pesquisa teatral e poética gerando uma contribuição especial para mudar o modo como as pessoas e as organizações criam realidade.Não sou mais capaz de conceber projetos de inovação social que não partam desta metodologia."
(Aline Roldan, coordenadora do projeto Células de Transformação)

"O curso foi uma experiência de enfrentar meus medos e realmente ir atras daquilo que eu realmente quero na minha vida. Poder viver algo atraves do teatro é mais que o primeiro passo na realização de um sonho, é o impulso que te leva pra frente. Não sou da area de teatro e nunca imaginei que podia usar teatro social no meu trabalho de consultoria, mas em várias ocasiões nos momentos mais intensos de grande emoção e desmotivacão, foi o que salvou alguns grupos destinados ao esgotamento. Recomendo esse curso para pessoas que trabalham com grupos e que querem encontrar soluções realmente transformadoras."
(Tanya Stergiou, consultora e coach com experiência internacional)

"Incrível. Acho que é a palavra que mais sintetiza toda minha vivência no 1º módulo. A grande oportunidade de poder conhecer técnicas de teatro corporal que eu jamais imaginaria que poderiam influenciar no modo como vejo a vida e as pessoas foi sensacional para mim. Sem contar a parte de encontrar pessoas, todas juntas, com um objetivo comum. A sensação é de uma felicidade e entusiasmo fora do comum! Sinto que a transformação já começou. E será constante."
(Ana Carolina Finardi Jasenovski)


"Transformar-se para transformar! Essa etapa inicial vem despertando uma renovação e um questionamento constante sobre tudo o que eu tive até o presente momento em diversas experiências vividas. Sem dúvida está sendo a fase mais “provocativa” de minha vida, pessoal e profissional. O despertar para emoções reprimidas, para o ser humano como essência, a intervenção teatral como ação de transformação, o poder da linguagem corporal, os nossos limites e do próximo, a criação, a assertividade, a agressividade como força! Com está chuva de novos sentimentos e emoções continuo nesta caminhada com vontade de absorver muito mais com o foco: Don´t play MODERATA!"
(Carolina Tanferri Pellegrino)


"Senti que no sábado de manhã entrou uma Denise e domingo a noite saiu outra bem melhor. As atividades de interpretar diversas emoções e personalidades me fizeram prestar mais atenção no meu dia-a-dia e assim perceber quais máscaras a Denise veste em cada uma das situações. E as atividades do teatro do oprimido foi essencial pra eu sair do meu mundo e entender o mundo dos outros também e de uma forma diferente. Muito obrigada pela oportunidade!"
(Denise Mieko Kaneoya)

"Nunca havia tido experiências com teatro e não imaginava que esta arte poderia ser um poderoso instrumento de compreensão e crítica da realidade. Ainda não sei se eu estava “sugestionado” e, de alguma maneira, me forçando à diferentes sensações mas o fato é que realmente senti algo diferente durante as dinâmicas. A primeira experiência que me marcou foi sentir a forma como um “espaço” é criado e sustentado pelo grupo. Apesar de não ser nada físico ou palpável, ele é real. Talvez apenas ser perceptível já o torna real. A segunda foi o aprofundamento nas máscaras e nas polaridades, um mergulho em “tipos” psicológicos que seriam, talvez, impossíveis de serem compreendidos fora da perspectiva trazida pelos métodos teatrais. Creio que isso traz importantes implicações para os  futuros trabalhos, pois a compreensão da realidade do outro só será menos superficial com o contato próximo e, se possível, vivência das mesmas situações. O ato de “imitar o outro”, pode ser mais do que imitar, ele acaba se transformando num exercício de tentar entender a vida do outro e o espaço do modo como ele é vivido, despindo o indivíduo que antes era mero observador dos seus pré-conceitos e julgamentos prontos. Já no segundo dia, com o breve contato com o teatro do oprimido, me questionei sobre como pode ser difícil que o oprimido supere sua condição."
(Diego Igawa Martinez)


"As tarefas e exercícios corporais foram de ótimo estímulo para os participantes se sentirem mais a vontade uns com os outros, além de serem uma ótima analogia a situações reais que terão de ser enfrentadas no projeto (como um treino), e ajudarem a aumentar nossa percepção e capacidade de interpretação em relação a realidade! Tivemos também a válida oportunidade de discutirmos, de forma introdutória, realidades e problemas vigentes das comunidades e da vida em São Paulo como um todo."
(Felipe Duarte)


"Voltando para a rotina, percebo o quanto enriquecedor foi este final de semana. Me fez repensar várias atitudes minhas que venho tentando mudar. Acho que sou a mais nova da turma biologicamente, talvez esteja igualada psiquicamente. Mas, por ter vivido menos tempo, talvez tenha menos experiências. Às vezes me sinto um pouco ingênua! Nunca havia passado por uma experiência assim antes, foi muito bacana mesmo. Uma mudança positiva no meu ser e minha vida; que agora faz sentido, ontem estava tudo muito fresco e confuso. À noite sonhei com o pessoal, e isso me remeteu que quero continuar reencontrando todos. Senti uma simpatia, e gosto de pessoas que fazem o bem."
(Gabriela Arcuschin de Oliveira)


"Diante da inercia da realidade, que engole cospe as pessoas como meras máquinas pra mil atividades, antes mesmo que sejamos capazes de pensar ou sentir, imbuídos de tamanha angústia, pela vontade de responder como foi poder parar por 2 dias e me fixar em mim e nos outros, e chegar a sentir novamente que existe uma porção de humanidade que me cabe, que leva a criar um espaço, sustentado pelo silêncio e pela respiração de um grupo que se entregou a sinergia explodindo em intensão. Poder se colocar em diversas polaridades e repensar cada posição, entendendo como cada movimento vai nos conectado e nos possibilitando desvendando o outro em pensamentos, que se traduzem em dedução, como espelho que reflete, porém pra além do que é aparente. E o estonteante de derreter-se em muitas mãos e massagear não só o corpo, mas toda a dureza que o cotidiano impõem e nem somos capazes de enxergar pra reagir. Partilhas singulares, coesão de diversidade, e a vontade nos despimos de opiniões, tabus e traumas, encontrando conforto, tornando-se através do outro uma fortaleza que de tanta leveza é sustentada pelo respirar e silêncio de cada um, levando-nos ao momento certo de sermos heróis e cruzarmos o espaço, almejando um novo horizonte. Obrigado por me dar esse espaço pra respirar e por acender a força da vida que existe em mim (agressividade)."
(Mariana Piovenzan Monteiro)

"A primeira vivencia que pudemos experienciar nesses dois dias revelou um princípio básico para quem pretende se ocupar com o outro, a saber, o cuidado de si. Esse  cuidado, diferente da concepção introjetada pela modernidade, não é um percurso realizado apenas pelo itinerário da razão, o "conhece-te a ti mesmo" Socrático foi deturpado ao longo da história como bem apontou Foucault. O despertar (conhecer-se) é considerado como o primeiro passo para o cuidado de si, quando o sujeito percebe-se na completude (se é que isso é possível) de sua existência e busca compreender suas implicações enquanto ser de intencionalidade física e conceitual, nesse passo o sujeito está ocupando-se consigo. Percebamos aqui que não se trata de um se conhecer somente, é consequente a noção de desdobrar-se sobre a existência do sujeito enquanto forma cuidadora do eu.  Vista dessa maneia a noção de cuidado pressupõe uma atitude que reverbera além do sujeito, cuidar de si é cuidar do mundo uma vez que o sujeito posto no mundo e sabedor de si desencadeia relações nas quais seu eu se projeta. Entendo, embora com pouquíssima experiência, que o teatro é solo fértil para a expressão e tentativa de compreensão do eu. Além de ter ouvido falar, eu nada sabia sobre o teatro do oprimido. Foi de grande valia tê-lo experimentado e ter realizado a experiência de me  perscrutar com essa nova "ferramenta". O face a face consigo só é possível através do outro e as plásticas relações necessitam ser resignificadas para possível compreensão e atitude de Ser situado, de Ser-em, de Ser-com de Ser atendendo a expectativas pessoais e mundanas. Esses passos dados antes de encararmos o trabalho de rua, nesse caso nas comunidades, são indispensáveis. A teoria tem que ser ao máximo explorada, ela nos proporciona uma mínima ideia do que pode vir a ser o que encontraremos e nos prepara para tirarmos os coelhos das cartolas. O inesperado é o mais frequente quando estamos atuando e foi a maneira pela qual mais aprendi e desenvolvi minhas, digamos, estratégias de atendimento. Não posso deixar de enaltecer a maneira delicada e intensa com que o Giulio conduziu o grupo, bem como não deixarei de enaltecer o próprio grupo que me transmitiu muita segurança e conforto. É claro que as divergências existem e se tornarão mais evidentes ao passo que o grupo for tomando forma, mas me parece que começamos bem."
(Miralva Lopes de Jesus)


"Achei enriquecedora a maneira como foram abordadas e trabalhadas conosco, questões relacionadas a personalidades e emoções que lidamos no nosso dia a dia e que provavelmente nas comunidades em que a vulnerabilidade social é maior, encontraremos situações limites e exacerbadas que teremos que saber contorná-las da melhor forma possível. Estou muito feliz com o primeiro módulo, pois para mim foi um presente, pois entendo que só conseguiremos fazer um ótimo trabalho se tivermos plena consciênica de nós mesmos!"
(Thais Almeida da Costa)

"O último final de semana foi intenso. Uma série de emoções, pensamentos, reflexões surgirame se misturaram gerando mais e mais reflexões. Foi muito interesse o encontro em todos os momentos, mas para não me prolongar em
demasia quero compartilhar somente os que julgo mais curiosos ou relevantes. Assim que entrei na sala me deparei com o pessoal fazendo uns exercícios, uns movimentos que eram de certa forma, para mim, diferentes. De qualquer modo, sem questionar o que me parecia um pouco estranho e engraçado comecei a fazer os movimentos que eram propostos. A cada movimento meu corpo estralava. Naquele momento pensei em como eu era sedentária e rígida. Após ouvir as palavras de Julio e imitar um macaco, tive a certeza que os meus movimentos, assim como o da maioria dos meus colegas imitavam muito mais uma máquina do que um macaco, no sentido de naturalidade e espontaneidade.
Nos dois dias do módulo algo que ficou muito marcado em mim foi a importância de se ter um pouquinho de agressividade, além de segurança. Não é possível transpor obstáculos, reagir diante da opressão e até mesmo expressar os sentimentos se não tivermos um pouco de agressividade e segurança dentro de nós. Entendo que a agressividade também é muito importante para superar o medo e a tristeza, que limita a nossa percepção e dificulta a nossa reação. Ao mesmo tempo que devemos ter um pouco de agressividade para superar os obstáculos que há em nós mesmos, é importante aprender a controlar a raiva e a alegria, mas sem abrir mão de mostrar o que realmente sentimos. Deste modo, tive a oportunidade de aprender algo extremamente valioso para minha vida pessoal: se está bravo, magoado, irritado, diga! Isto para mim foi muito importante, porque sempre busquei evitar conflitos por meio da passividade, guardando alguns sentimentos de magoa comigo. Isto muitas vezes evitou conflitos, entretanto acabava me fazendo muito mal. No segundo dia tive a oportunidade de conhecer melhor a realidade de alguns amigos e de compartilhar um pouco a minha. Isto foi muito positivo, porque senti que a partir disso me aproximei mais dos meus colegas. O momento das cenas foi muito forte e para ser sincera me deixou um pouco perturbada, principalmente quando eu tive que repetir diversas vezes a cena da história que o meu grupo escolheu. De qualquer modo, este momento me proporcionou uma série de reflexões. Acho que o mais fundamental é que estando no papel do oprimido é necessário agir, sair da passividade, mas estando no papel do espectador é necessário fazer algo para apoiar o oprimido, ajudando-o a se levantar e seguir em frente. Por fim, gostaria apenas de mencionar o quanto foi bom fazer exercícios para aprender mais sobre o espaço. Achei muito interessante aprender, sentir e pensar mais sobre o espaço, o tempo justo e o espaço de cada um. Isto é tão importante para o dia-a-dia. Quantas vezes erramos por não fazer as coisas no tempo certo, por não acreditar e por não respeitar o próximo. Obrigada a todos mais uma vez pela oportunidade. Espero que juntos possamos mudar muitas coisas."
(Renata Silva de Araújo)

"Trata-se de uma difícil tarefa registrar em palavras as experiências proporcionadas pelo primeiro modulo do curso de multiplicadores, acredito que essa dificuldade seja devido a não ter ainda compreendido o processo que foi desencadeado pelas atividades. É possível notar que as atividades possibilitaram um entrosamento muito rápido do grupo, de forma que pude sentir-me a vontade para realizar aquilo que foi proposto. Também pude perceber que passei por um processo constante de desconstrução e construção de posturas, pensamentos, formas de relacionar-se e de perceber-me no espaço, no mundo, nas relações, na escuta e acolhimento, mas que tudo isso ainda é muito recente e não consigo elaborar algo muito concreto. As atividades propostas foram propulsoras de um processo de auto conhecimento que de alguma forma fizeram com que eu pudesse posteriormente elaborar, no sentido de poder colocar em palavras, acontecimentos antigos e mal resolvidos que estavam guardados à algum tempo mas que não era capaz de falar, as atividades corporais pareceram ser mediadoras entre o corpo e a mente, de forma que descondicionado ações do corpo, pude soltar algumas amarras da mente. A ideia da agressividade como força necessária e benéfica foi algo que inicialmente causou alguma estranheza, mas que logo pareceu fazer bastante sentido, o que possibilitou a quebra de alguns padrões de pensamentos e formas de agir. Penso que o processo de uma forma geral possibilitou que eu conseguisse novas partes de um quebra cabeça em construção, mas que ainda faltam peças para que eu possa encaixá-las e compreender o que esta se formando."
(Bárbara Moraes Fernandes Cruz)


"Eu não faço o tipo expansivo, desinibido, então foi meio que um desafio para mim realizar todas as atividades propostas, sobretudo aquelas que exigiam uma maior desenvoltura com o corpo... Eu diria que as dinâmicas propostas pelo Giulio me fizeram repensar a minha postura nesse sentido. Depois do primeiro módulo, me arrisco a dizer que estou mais confortável em relação ao meu corpo e que vou procurar usá-lo com mais frequência, de modo a não permitir a mim mesmo oprimi-lo.
Alguns pontos que servem mais de autocrítica do que qualquer outra coisa: eu ainda não sei se eu entendi adequadamente a brisa do espaço que cada um projeta - em algum momento, a ideia da atividade me pareceu clara, mas depois alguma certeza que eu tinha se dissolveu com os desdobramentos da dinâmica e eu me perdi... -; talvez eu não tenha conseguido ficar 100% presente ao longo de todo o módulo, não por desinteresse, mas por características que acredito serem intrínsecas a minha personalidade – certa timidez, necessidade que tenho de ficar só comigo mesmo de vez em quando...
 Acho que o momento que mais mexeu comigo foi o da encenação. Por algum motivo, inesperadamente, o grupo escolheu a experiência de opressão relatada por mim, que, confesso, não era exatamente a que eu ansiava por compartilhar - não senti então que o grupo havia realmente aberto o coração e isso, quiçá, me deixou menos confortável para fazê-lo... Entretanto, a encenação teve o efeito de me tocar profundamente, pois me fez reviver episódios da minha vida ainda não superados, de que eu ainda lembro com rancor e tristeza, sentimentos esses que foram reacendidos na encenação. Apesar do caráter caricato dos personagens e de tantos improvisos dos atores, cada qual em grande medida intuindo suas falas, a criação coletiva conseguiu ter muito de verossimilhante – e por isso foi difícil...
Eu sou uma pessoal naturalmente reflexiva. Estou sempre pensando nas minhas atitudes e nas dos outros, o que as motiva ou tolhe. Por isso, as dinâmicas com as polaridades não foram exatamente novidade para mim. O interessante nessa parte foi entrever o perfil ideal do(a) multiplicador(a), que para mim é o ideal não só para o projeto, mas para a vida como um todo."
(Roger Lai)

“Após do curso entendi que ser cidadão não é viver na sociedade, mas é transformá-la. Entendi mais uma vez que a arte teatral não é só uma forma narcisista e de lazer, mas sobretudo um instrumento para sensibilizar, um estimulo para repensar a nós mesmos, dentro das nossas relações, para que, se tivesse a necessidade, se realize uma mudança. A experiência me lembrou que na vida necessitamos de fatos para mudar as coisas, que é necessário se comprometer desde o começo  com todos os próprios recursos no que se acredita.”
(Alessandro 32 anos)

“Após o curso não sinto mais vergonha em fazer as coisas em público”
(Dennis, 16 anos)


“O curso foi para mim uma surpresa: experimentei a importância da experiência das coisas, que vale mais do que muitas palavras, comentários e teorias.
Experimentei como juntos podemos fazer circular as energias e a partir disto dar os primeiros passos em prol de um objetivo comum.
Senti o contato com as pessoas, além dos papéis sociais que temos.
Brinquei e me diverti.
Após o curso comecei a ter em máxima consideração a experiência nas coisas, a sabedoria que vem do “fazer”, do experimentar e sentir sobre si a emoção da ação. Vislumbrei a beleza da responsabilidade  à qual não podemos nos omitir no momento no qual queremos ser protagonistas”
(Alessia 28 anos – Itália)

“Lembro sempre com prazer os momentos do curso: era já um periodo no qual estava refletindo bastante sobre o meu papel nas várias atividades das quais participava e o curso me ajudou para me sentir completamente responsevel das escolhas que faço e das experiências que vivo, eliminando os vitimismos e me sentindo responsável por minha felicidade.”
(Arianna 24 anos)